segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Lembranças

"são as velhas, eternas cigarras..."
É só falar em lembranças que me vem essa música na cabeça, talvez pelos tempos engraçados e bons do CTG, talvez pela família gaúcha que escuta incansavelmente wilson pain todos os domingos, sejam eles família ou não. Não sei bem certo, mas é ao som dela que escrevo hoje. Quis escrever sobre lembranças porque são elas que estão matando meu coração de dúvidas e incertezas gigantescas.
Ontem eu parei pra pensar em tudo o que esta ao meu redor me lembra. Fui até o clube e lembrei de histórias que só eu sei, que só eu vi e que nunca contei pra ninguém, fiquei inclusive mal-humorada devido as más lembraças, aquelas que a gente quer esquecer, e por tanto querer não esquece, paerce que vive ainda mais. Lá também descobri que não lembro de várias coisas, principalmente de coisas que são esquecidas devido ao alcool, que quando entra, faz algumas coisas sempre darem errado, e no meu caso, muito errado.
Vi algumas crianças e me lembrei da saudade que estou de andar de bicicleta, da vontade gigante que tenho de correr e jogar bola. Cheguei sonhar com o velho time de futebol, ainda mais depois de encontrar as velhas joelheiras de goleira.
Deitei e fechei os olhos pra tentar esquecer a minha lembrança mais doída, que guardo só pra mim no coração, fechei fundo os olhos e peguei no sono. Lá encontrei algumas coisas que havia esqecido, e quando acordei, a primeira lágrima depois de 2 meses caiu. Não era uma lágrima de saudade, nem arrependimento, ela só caiu por se dar conta que agora o que restam são apenas lembraças, boas e ruins.
Deixei isso de lado e comecei a lembrar do TCC e do ano que vem. Quis enxer minha cabeça com palavras relacionadas com jornalismo e relações públicas, mas ela estaava cansada demais pra isso, resolvi sair, mas não deu certo. Resolvi então novamente deitar.
Acordei com a velha gritaria na casa, a irmã mais velha chegara, e a alegria dos meus pais até me fez dar um aperto no coração. Lembrei do passado novamente, das brigas e puxões de cabelo, do disco de vinil do Balão mágico gritando a gainha magricela.
Quis fechar os olhos e lembrar de tudo, quis abrir e esquecer do resto. Não consegui nenhum nem o outro. o que consegui foi a lembrança de um sorriso doce e um abraço apertado, que hoje não ganhei. Mas ganhei a certeza de querer um futuro que me alegre mais que a nostalgia que esta durando este final de ano. O fim nunca é bom, porque as lembraças do fim fazem tudo ficar mais vazio de cor. Quero um sol brilhando ao invés dessa chuva morna que esquenta tudo ao redor e molha a vidraça sem medo de sujar com o barro respingado, quero uma grande sorte e um grande presente, que papai noel ta me devendo, quero mais que tudo uma caixinha grande onde as minhas lembranças pudessem ser colocadas, uma a uma, sem a bagunça do meu quarto nem o desespero da minha pressa. Queria ter essa caixinha armazenada no meu coração, e que de lá ela nunca fosse embora. Lembranças que são parte da minha vida e que perdi, eu queria de volta.

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