segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Conclusão- (ões).

De tanto assistir 10 coisas que eu odeio em você, no primeiro ano de faculdade eu elaborei uma lista:Dez coisas que aprendi por aqui. Lista simples, singela e de uma baboseira sem fim.... Achei muito divertido ler ela hoje cedo, enquanto eu arrumava em uma caixa todos os velhos papeis, e olha, a lista não foi nem de longe a coisa mais boboca que encontrei. Mas depois de lê-la, 'estive pensando' na forma mais gerundiando possível que 'estive encontrando', pensei numa nova lista, em ordem de 1 ao 4 ano, coisas pra lembrar pra vida inteira:
1- Eu não gosto de forró, e o abacaxi só lembra minha mãe pq ela faz o melhor abacaxi frito do universo, não que ela seja um abacaxi!
2 - Dormir muito da dor de cabeça, dormir no sol deixa um triangulo bronzeado no pescoço e dormir sem falar nada não tem graça.
3 - Não nasci pra matemática - e no caso economia.
4- comer em lugares considerados 'trashs' não fazem mal. Não nos outros, no meu estomago fazem.
5- Na República 'princesinhas do monaco', a única princesa de vdd era a marilda, e nesta mesma saga: 2 é bom, 3 é demais.
6- almoço de família podem não ter família, mas podem ser tão divertidos quanto.
7- Nunca ande sem capacete - policiais guarapuavanos são queridos, mas só qnd sua carteira de motorista é de SC e eles não conseguem localiza-la.
8- A melhor parte da festa, é ir ao pigalle. Pra mim, dormir no Pigalle.
9- Pagar 10 reais e beber Bohemia a tarde inteira? Onde mesmo? Com quem? Bora lá então!
10- Sentar na escada, 23h de um domingo, chorar e lembrar de tudo isso. É, eu sobrevivi, cresci e aprendi que nos sonhos de uma noite preguiçosa, esse lugarzim no meio de tudo e quase no fim do mundo me conquistou como quase nenhum outro, mas mais que isso, com quem convivi nesse tempo fez isso acontecer.


Estou melancólica com o fim. Estou tão melancólica que chorei ao abraçar uma criança hoje!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O último churrasco.

Em poucas horas vamos realizar o último churrasco da txurma. O ÚLTIMO!. (e isso vale um ponto de exclamação e outro final)
Acho que lembro muito bem ainda do primeiro dia de aula... Era uma quinta feira de carnaval e poucas pessoas estavam na sala. Nesta mesma quinta, me perdi na 'imensa' Unicentro, é, me perdi sim. Me falaram que minha sala era no bloco H, pois bem, la foi dona Renatinha atrás do tal dito cujo, e demorei, e demorei mais um pouco, e outro pouco até perceber que a minha sala ficava ao lado da cozinha, e só fui descobrir o H no bloco um mês depois das aulas terem começado...Passaram os estranhamentos de início, e nas semanas seguintes, os rostos ficavam mais conhecidos. Teve uma tal de Gincal que me fez andar por Guarapuava e começar a conhecer essa cidadezinha que agora tenho certeza que é grande demais pro meu conhecimento - nunca imaginei naquelas tardes ensolaradas andando pela XV o quão maior era os arredores guarapuavanis -. Foi na casa da Fran e da Cris a primeira 'reunião' de calouros. Fizemos bandeirolas, depois faixas e descobrimos velhos talentos, como o meu de comer ovo cru, o da Ádlia de comer pimenta e o da Drica de comer cebola - e foi o show de calouros mais surpreendende depois -, "Cris ainda bem que ela tem namorado, porque ela nunca mais vai conseguir ninguém aqui na universidade", exclamou a velha caumaria do sr Daniel de Almeida, o turrão e marrento amigo que eu gostei logo de cara. É, aquela velha semelhança de cidadezinhas próximas a Pato Branco, colégios iguais, amigos quase amigos e muita, mas muita colonisse. Depois de mais algum tempo perdemos integrantes da patota e ganhamos alguns mais.. Foi no dia em que a Sue decidiu sentar no fundão que tanto eu quanto o dani descobrimos uma japonesa loca de esperta - e essa sim em linguajar guarapuavanês. Não demorou muito e logo a Cris apareceu ali, sentada ao lado do Dani, atrás da japonesa e na minha diagonal. No fundo daqueles óculos meio retangulares e do cabelo mais bonito que já se viu por aqui que encontramos um algo mais daqueles dias... Na moradia em comum, comecei a conhecer o mistério de dona Francielli, aqueles olhos verdes nunca me enganaram, e eu sabia que ali deveria ter algo mais, um algo especial. Acho que demorou um pouco pra eu começar a sorrir com ela, mas lembro bem que foi ela quem me apelidou assim: Ôôô Renatinha do Abacaxi!!
Nem tinha chegado ao meio do ano e o fundão já era a parte mais divertida de viver. Mas o fundão não se restringia apenas ao JOrnalismo, a tal Publicidade me encantava na malandragem e carisma do EGS/M; O M de Milena, de companheira de sonecas, trabalhos e conversas noturnas. Era o Adolfo, que morava com o Gu, que conquistava minha parceria de tardes, e ai, logo depois não tivemos como resistir, chegava o segundo homem ao clã.
Foi sim, e isso eu lembro bem, no amigo da onça numero um que demos o primeiro passo pra amizades eternas e verdadeiras. Foi naquela noite, na casa da Neusa, ao som de Los Hermanos e na cabeça melancia atômica que conquistamos os sorrisos mais despreocupados.
Passou um ano e mais um, e outra belezura vinha até o cantinho.. Nas vindas e idas, e voltas e reviravoltas, a outra Suellen aparecia de muletas e com disposição de mudar o mundo. Na época, cansados de tanto telejornal, nos sobrava tempo ainda para tereres na porta das quitinetes, músic depois das onze e um toque especial de pierogues, madalenas, brócolis e panquecas. Almoços em família fizeram os meio dia do ano de 2008 nos deixaram com sensações de que estavamos em casa - e estávamos. Lá pelas bandas deste ano, depois de brigas, desbrigas, encontros e desencontros, são esses nomes que levo com mais apreço ao coração. Uns com mais e outros com menos saudade, mas sim, é de vocês que não esqueço jamais.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Despedida- Rubem Braga

Ao meio do último trabalho da faculdade, reservamos um momento 'croniquétis' pros aluninhos de amanhã. ;)

"E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval- uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito - e depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado - sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve trsiteza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego. e um indefinível remorso. e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras - como flores e cantos. O inverno - te lembras - nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titereteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que as explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo".

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nostalgia

Sexta feira Baudrillard me ensinou o doce sabor da não nostalgia. Li em seus maravilhosos trechos que nostálgicos são idiotas, e, eles realmente não sabem o que fazem. Senti que a minha velha nostalgia tinha que acabar, e até há uns minutinhos atrás ela tinha ido embora no meu sorriso mais divertido. Baboseira. Sorri pra não chorar. Exclamação de uma universitária indo embora do aconchego da amizade mais divertida e mais conveniente (esta fazendo uma careta feliz que me lembra tudo isso) .


É, são então nestes dias que dá saudade antes mesmo dela começar a existir.