sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Guarda-chuva

Abre e fecha.
As cores diversas fazem a forma parecida estar nos céus visto mais bonito.
dobra e desdobra.
Faz um estilo virar até mais forte do que já é.
Muda conforme o tempo.
Muda conforme a idade.
Muda conforme o dia.

Abra e feche.
Mude e transforme seu dia
Deixe que a chuva caia e que os respingos molhem seus pés.
Faça do último pingo a gota que faltava no seu rosto.

E quando tudo estiver ali, parado, feche os olhos e sinta o doce sabor da chuva.
Ela cai mesmo que você não queira.
Ela não pára mesmo que você implore.
Ela molha mesmo qeu você seque.

Abra e feche.
O sol já vai sair, mas a chuva ainda vai voltar.
Vai e vai molhar o que restou.
Vai e vai ficar pra sempre no seu último respingo, aquele com sabor de quero mais.

Abra e feche.
Nas canções das crianças
Abra e feche.
No seu mundo paralelo
Abra e feche
Deixe que o corpo se molhe por inteiro

Deixa que ela diga que o que é verdade e o que não é
Deixa que ela mostre quem você é!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Embaralha meu jogo de cartas

Entre as carteadas e risadas de um fim de semana com a família, descubro que nas cartas do velho baralho, passado na maizena pra 'dar liga', a vida também se resume nas velhas partidas de canastra. Se resumem tanto que comecei a analisar o que tinha de comum comigo tudo aquilo que permeou o sábado e o domingo. São onze cartas pra cada lado, o jogo pode ser individual ou em dupla - em dupla é sempre mais animado, como na vida real, já que o jogo sozinho perde a graça, e quando jogamos com um companheiro do lado, um ajuda o outro até que bingo! Canastra!. Se a sorte não favorece na vida, no jogo ela também se faz presente, e assim como na vida, a história de achar no 'lixo' a salvação para os problemas é o que se busca e o que se encontra no vício familiar. No três vermelho da sorte, o três preto do azar mudam de figura, e cada um alguma hora pode ser peça chave para a solução. Mal usado, ele pode confundir pensamentos e dividir opiniões. Pra mim, duas cartas a mais como qualquer outra, e que se jogadas fora, podem fazer toda a falta no futuro, e também, ao mesmo tempo, se seguradas na mão, perde-se as vezes mais do que se ganha, e vice-versa também, é o jogo! No morto, aquela segunda olhada, quase que como um presente de grego, as mais diversas fatias do baralho se encaixam perfeitamente no antigo jogo, e parecido ou não com o primeiro, podem trazer novas surpresas pra quem gosta de novas aventuras, de novas experiências. Descarta-se todo o passado e ganha-se de presente um novo e seguro amanhã. O bate é o ponto final de quem fez mais pontos, e na minha vida, fazer mais pontos é sorrir em direção de uma nova reta, um novo amanhã. Bater, terminar a partida é como reconquistar o direito de sorrir, e recomeçar novas até chegar aos três ou cinco mil pontos. Eu agora quero saber mais de uma nova partida, que acabou de começar, e o passado, como diria minha irmã, é o tcha tcha tchá!
Vale lembrar que nessa partida embaralho lentamente as estratégias da partida!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"Deixa o verão pra mais tarde"

Sempre gostei mais do inverno do que do verão. Sempre me fizeram gostar mais do friozinho apertado sobre os edredons do que o calor intenso mergulhado numa piscina gelada. Agora, o sol que me esquenta todas as tardes parece me aquecer mais que o fogão a lenha espalhado pela casa. Deve ser pelos velhos costumes que estou deixando de lado, velhos mas que hoje resolveram dar um jeitinho de mudar o futuro que era quase tão certo quanto meu gosto por chocolate. Meus velhos planos de não voltar ao passado, de abandonar tudo o que eu já abandonei e ainda, não aceitar a condição de retrocesso hoje foram literalmente por água abaixo. Mas a parte boa é que o futuro está me trazendo a sensação que o sucesso pode tomar conta de uma brincadeira que vai se tornar realidade. A brincadeira que eu criei, criar com as pessoas que mais tenho apreço, mais vontade de estar por perto, hoje teve um sabor de realidade. O que me propuz a fazer há três, quase quatro anos atrás, e que deixei guardado no armário por querer objetivos mais intensos, ou que no momento pareciam ser mais 'prestigiosos' que o antigo, voltam a tona numa conversa de "botas batidas" durante um almoço regado com macarrão caseiro e água da torneira. Eu pareci nem acreditar que aquilo pudesse acontecer de verdade, um pote recheado de biscoitos coloridos vai aparecer na nossa vida e que ele fique cada vez mais recheado. O trabalho deste ano é conquistar, abusar da criatividade e deixar o vento me levar. Voltar as velhas raízes sonhadas e fazer de tudo para que o futuro comece hoje, e que o dia de hoje fique na história. Já imagino inclusive os almoços de comemoração, ou pelas várias noites acordadas, o primeiro, com uma bela e maravilhosa feijoada, o segundo, com uma doce e leve colherada de pó de guaraná. O meu projeto deste ano vai muito além do tcc, jornal laboratório, estágio, televisão. O meu projeto pra esse ano é construir um futuro ao lado dos melhores companheiros de jornada que eu poderia sonhar. O meu projeto deste ano começa hoje, e que ele siga adiante por mais vários anos, que ele vista um uniforme branco e laranja, com um quadrado de alfabeto no meio, e quem sabe, um chapéu de confeiteiro, com cheiro de biscoito de morango e uma montanha de chocolate, porque ninguém é de ferro!
Agora, depois de gostar mais do verão, volto a me acostumar com a idéia de um inverno saboroso, ao lado do velho fogão a lenha.
E quer saber, deixa sim o verão pra mais tarde, porque o verão chega sempre quando as coisas já não tem mais tanta graça!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fim de férias

E as tão sonhadas ao longo de 2008 chegaram ao seu fim.
Férias, quando somos crianças a época mais feliz da vida. É quando finalmente pegamos um carro velho, amontoamos troxas e a familia farofeira, que nem caber no carro cabe, embarca na viagem de 7 horas até o litoral. O destino era sempre o mesmo: a bela e doce Floripa. Ficávamos sempre em um apartamento perto da UFSC, sem vista pro mar, sem estar ao lado de nenhum shopping ou qualquer badalação da cidade grande. Mesmo assim, às sete horas estava todo mundo de pé, todo mundo firme e forte pra conhecer todas as praias possiveis. Nas dunas de algumas, nos desertos de outras, e a gente acreditava mesmo que não eram todas iguais, que ali, do lado de uma, passando apenas uma montanha, era como se uma outra cidade surgisse, e a nova praia era recepcionada pela família com festa. Normalmente ficavamos uma semana por lá, e conheciamos sempre as quarenta e tantas praias, era sagrado, uma tarde ficava reservada pra isso. Sagrado também era passear algumas noites no shopping, comer no Mc Donalds, jogar fliperama e andar na beira mar no anoitecer. Dormir no cabide, brigar pela pasta de dentes, chorar porque o irmão comera tudo o chocolate ou pq os desenhos para colorir tinham ficado tudo para as irmãs. Abrir a porta da vizinha e jogar joguinhos da barbie com duas estranhas que só viamos nas férias, mas que ali brincando, pareciamos estar presentes o ano inteiro. Não sei pq bem ao certo, mas isso fazia toda a diferença, essa semana, que incrivelmente demorava a passar, eram as férias, e era isso e só. Nunca me lembro do restante das férias, não sei quais eram as brincadeiras prediletas, nem o que eu fazia pra me distrair. A última coisa que lembro era só a família toda encapando os cadernos com aquele xadrez vermelho e branco, fazendo as capas mais incrivelmente bonitas, cheias de margens e adesivos. E eu sabia que as férias tinham acabado quando, no domingo, a mãe arrumava toda a mochila, e passava o velho uniforme azul e vermelho e colocava dobradinho em cima de alguma cama vazia.
Agora que cresci as férias tem outro sentido, um de descanso e desencanto.
Agora elas significam terere na sacada, ou na frente da farmácia, festas desencontradas com sabor de saudade e algumas lembranças que fazem os risos sairem como a coisa mais normal do mundo. Férias agora tem sabor de uma cidadezinha pacata, que antes pra mim era gigante, tem a oportunidade de reunir a família e principalmente encontrar quem a tempos não se via. Estas férias, que são as últimas sem preocupações, deixarão saudades imensas, principalmente desta falta de preocupação e da saudade do reencontro.
FIm de férias é assim, a alegria de voltar e reencontrar os amigos e companheiros de jornada é tamanha, mas a tristeza de abandonar a comodidade, a despreocupação e a alegria do lar faz doer o coração.
Volto pra realidade com o sabor das férias de criança, que me aproximavam dos meus familiares e que entre viagens e brincadeiras, acabam sempre na livraria, comprando os materiais escolares.