quarta-feira, 18 de novembro de 2009

só pra constar

só pra constar que ando numa indecisão, que os caminhos andam meio confusos e que a expectativa de um e-mail anda mudando meus dias. Só pra constar que quero mudar, que quero algo mais e que a partir de alguns dias eu só quero esse algo mais.

Chega logo resposta, chega logo!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Descompasso. Desentoa. Desconfia.

Às vezes eu tenho uma vontade extrema de falar apenas Eu te amo. A simples frase que muda muita coisa em quem ouve, e normalmente em quem fala também, não me provoca calafrios e demais sensações estranhas. Apenas tenho vontade de gritar pra qualquer pessoa. Acredito que este falar em amar não seja o sentimento mais sublime, mais intenso que exista, acho que outras frases pra mim trariam muito mais efeito, teriam muito mais sentido. Certa vez ouvi a exclamação: Confio em você. E por motivo ou outro, isso me deu uma certeza maior que o amor. Podia até ser mentira a confiança depositada, e a recebida também, a decepção sim chegou sem tardar, mas realmente frases assim tem mais impacto do que a manjada eu te amo. Afinal, amar é mesmo amar do fundo do peito? Não acredito no amor intenso entre homem e mulher por exemplo, acredito no companheirismo, na confiança e no respeito, até na amizade, embora essa eu ainda duvide um pouco... mas amor, ah, amor não, amor é algo que se sente poucas vezes no mundo, se sente por pai, mãe e irmãos, e olhe lá ainda. Mas o gesto de dizer eu te amo não é como amar, e não é expressar sentimentos. Já vi muitos casais brigando e ao mesmo tempo se chamando de amor, como assim, há amor no meio de tantas palavras hostis e tanta desconfiança? Há amor onde não se há respeito? Pra mim, amar é diferente de dizer eu te amo, amar é sentir no fundo do peito e não precisar exclamar a nenhum dos mil ventos isso, amar é sentir e olhar no olho e ver que se sente e só. Nunca senti amor por alguém, e deve ser por isso que a frase tenha me cativado tanto, que eu tenha tanta vontade de falar, deve ser a vontade de sentir também, deve ser o desejo incontrolável de amar alguém e de ser amada como qualquer outro....

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um conto pro coração guardar.

É fato que desde o dia em que escolhemos o tema eu sabia que ia ser difícil escutar o que viria pela frente. É fato também que desde o primeiro dia de filmagens o coração aperta o dia todo, e mais uma história pro coração ficar apertado e com vontade de gritar ao mundo "EIII, AQUI! TEM ALGUÉM PRECISANDO DE AJUDA!".


- Oi, Eva?
- Oi!
- Lembra da gente? Nos conhecemos la na ACOPECC...
- Sim.. Lembro..
- A gente pode filmar amanhã?
- Sim, venham depois das nove e meia que eu não acordo cedo!


Admito que achei que a entrevista não ia render... que apesar da história ser uma lição de vida, ia ser difícil arrancar alguma coisa dali.
Pois acordei cedo, pegamos as câmeras e bora gravar...
Dona Eva, seus 30 e poucos anos, 4 filhos - sendo um deles portador de necessidades especiais - viúva, sem mãe, família toda morando em Cantagalo. Sozinha em Guarapuava, desempregada até melhorar da doença, filhos com idade escolar entre os 15 e os 9 anos, ela, há dois anos e meio descobriu um câncer no útero e desde então luta contra ele. Já perdeu o cabelo, já perdeu casa, comida, roupa e emprego, mas nunca, em nenhum momento a esperança. Dona Eva, por incrível que pareça, se mostrou de um coração maior que do mundo... Depois ainda da descoberta do cancer, em uma das viagens à Cascavel para fazer tratamento, ladrões invadiram sua casa e levaram tudo, exatamente tudo, incluindo roupas, móveis etc. Sem absolutamente nada, fora a roupa do corpo, ela conseguiu ajuda e hoje mora em uma casa de 3 ambientes sem divisórias: Um quarto, uma cozinha com cama e uma sala com 2 sofás. Duas camas, uma de casal e uma de solteiro para cinco pessoas dormirem chegaram de doações, o resto da casa também chegou assim, e a única fonte de renda da família, que tenta o bolsa família há 8 anos é a doença do pequeno Luan - aproximadamente 460 reais gastos em comida, remédios, luz e água. Ele não tem vaga na APAE, a mais velha, Sandra, se vira como pode e aos 15 anos faz unhas da vizinhança para tirar uma renda extra. Eva, com fortes dores na barriga - ganhadas do câncer e depois da hidronefrose no rim - não pode trabalhar, tenta a todo custo não tirar do dinheiro de Luan a renda da família. Em sua única lágrima derramada, depois de 30 minutos de filmagens, ela falou a frase que Sandra exclamou em uma saída de ambulância : "Com o Luan no colo, ela exclamou: Vai mãe, e não se preocupe que tem quatro pessoas que te amam que ficam por aqui. Isso me deu forças pra lutar". No abraço da despedida quis sussurrar no ouvido dela que quando ela precisasse era pra falar, mas a voz não saiu. Quis então falar que ia ficar tudo bem, e isso deu certo, ela sorriu calmo e eu acredito agora que tudo vai ficar bem!
Sorte aos que ficam por lá, e ainda volto pra ver se tudo ficou como devería ficar!
E agora é só ela quem eu quero que fique bem... Boa Sorte a distância mais uma vez!

domingo, 1 de novembro de 2009

gato.



Com licença, se tem algo que ainda me da mais preguiça que estar em casa, é ver o Mel quando chego por aqui. Há uns 6 ou 7 anos ganhamos aquela pequena criatura que tinha medo de bolas, mãos e qualquer outro objeto ou afeto. O pequeninote só dormia no pescoço de quem deitasse na cama do lado da janela, e fazia questão de ronrronar a noite inteira. Quando grandinho, descobrimos que A Mel, havia se tornado O Mel, decepção gigantesca, mas sorte depois. Após muita sem vergonhisse e destruição no quintal de casa, muitas noites sem dormir ouvindo os berros do coitado atasanando alguma gata da redondeza, resolvemos castrar o bixo, e tirar os direitos do pobre exercer sua 'machidão'. Acho que ele adorou. Hoje em dia, o bixo mais preguiçoso que existe nesse universo não faz nada além de comer, dormir, comer e pedir cafuné. Não gosta de colo, muito menos de calor, o dengoso não está nem ai para quem gosta ou não dele. Todos os dias, às 17:30 corre para a farmácia ganhar carinho de quem estiver sentado no banco, e se não tiver ngm, se deita no piso gelado e espera ansioso alguém entrar. Ao ganhar carinhos e elogios do tipo: "nunca vi gato tão gordo!; Parece o Garfield!; Olha filha, vamos levar pra casa?", ele some como se tivesse ganhado o dia; já conquistou o territorio e agora só resta dormir novamente. Agora, levantei pra beber água e vi o sem vergonha entrando no quarto da minha mãe, que no momento está com o climatizador ligado nos 23º. Oh vida cruel deste bixano... A tarde tomou seu banho em temperatura morna, ganhou depilação na barriga e peito, e escova de sobremesa. Pra não ficar triste, minha mãe enxeu o pote de ração e o bandido comeu tudinho. Depois que a Mirrau morreu, ele anda meio tristonho por ai, mas do mesmo modo, não perde o carisma e a malandragem que da pra ver no rostinho safado do meleco. É, na próxima encarnação me façam gato, e de preferência gato como o daqui de casa, que pra ser mais parte da família só faltava mesmo falar...