terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Direto do céu

Papai noel sempre me reserva boas surpresas. Quase sempre faz com que todos os meus desejos sejam realizados, e os que não são, normalmente são substituidos por um melhor, ou pelo menos que encaixa no momento. Papai noel é um bom velhhinho, que acredito morar no céu, junto com nuvens de algodão e a lua, que deve ter um sabor doce de dar água na boca. Esse velhim, cheio de marra e de coincidências apronta muito comigo, mas me da tanta sorte durante os anos que me traz, que ao invés de pedir benefícios de ano novo a um Deus supremo, peço ainda ao Papai Noel, e que belo Noel arranjei.
De todos os meus pedidos para 2010, faltava só um para completar a lista. Sem querer, abri-a em um dia em que a chuva batia forte, e a saudade no peito ainda mais. De repente, quando achei o papelzin escondido na carteira, o tal pedido número um fez palpitar o coração e confundir a decisão: é ou não é!?
Papai Noel então viu minha preocupação e talvez tenha soprado no ouvido do pedido a ideia. Me entreguei de coração ao pedido, e cá estou, vivendo em um conto tirado do céu, escrito nas estrelas e que me faz sorrir diariamente.
Talvez, se o pedido número um não tivesse escutado Papai Noel as coisas estivessem bem diferente. Ou não. Ou não mesmo, porque tem coisas que nada muda, nem Noel. Só que minha lista completa ficou tão gostosa de ver que hoje, ao relembrar os pedidos de váários anos atrás, fiquei tão completa que não sei se consigo fazer 7 pedidos ao velhim mais delicioso, nesse ano novo.
Ainda não é Natal, mas as cidades já estão cheias de velhinhos simpáticos e sorridentes (alguns nem tanto), e esse espírito natalino me motiva a rir sem parar, apesar de tantos outros motivos para chorar.
Ah Noel, se tu soubesses quanto me fizesse feliz depois desta lista completa. Ah Noel, você é um grande cara. E eu tenho saudades do tempo em que era criança, que podia acreditar em você, te abraçar e ainda conversar pela madrugada a fora. Ah Noel, que falta sinto de acreditar em você.
E que ai do céu, você ainda realize todos os meus sonhos e alguns mais.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em busca da felicidade.

O quanto vale a busca para ser feliz? E o mais fundo que isso, o que é, realmente, ser feliz.
Acabo de ouvir uma história com uma lágrima de canto de olho. Sentada na rodoviária, ao som de uma novela qualquer e um ar condicionado que me faz ter frio em pleno verão no Vale, voltei a pensar o que me faz estar aqui, ou acolá.
O senhor que vende passagens veio perguntar se eu tinha 22 anos. Quase isso, respondi. Ele falou que era a mesma idade de sua filha. A conversa já começou assim, e seguiu com a história dela, que nem sequer sei o nome, mas já deu vontade de saber.
Aos 21, trabalhando na Fundação Getúlio Vargas, parecia que o sonho estava se realizando. Casada há 08 meses, no dia 28 de dezembro foi finalmente efetivada. A jovem era recém-formada em publicidade e propaganda e, convenhamos, trabalhava em um dos empregos dos sonhos de qualquer um.
O sonho acabou 5 dias depois da efetivação, quando o primeiro derrame afetou seu cerebro e a impediu de continuar suas funções. Seis anos já passaram e só agora ela recomeça a sonhar. Poucos movimentos ainda a impedem de trabalhar outra vez. Dependente dos pais, não tem como sair da cidade para assumir outros empregos que já lhe ofereceram.
O pai, dedicado e atencioso, ainda sofre com a mulher com um tumor, que enfrenta há 09 anos. O homem da casa faz bolsas de crochê e dá os botões para a filha costurar. Os botões são a única coisa que ela faz, mas significam tanto para os dois que todo o dinheiro ganho com o artesanato vai para a filha.
“Já construi uma casinha para ela, atrás da minha. Assim ela tem o canto dela e eu estou sempre por perto para ajudar”.
O marido dela abandonou a jovem assim que ela sofreu o derrame. Os amigos voltam a aparecer agora, quando ela já começa a recuperação, trabalho que ele agradece a um patobranquense psiquiatra, e por isso todo o começo de conversa.
“Sai desse computador menina. Chega de trabalhar. É hora de descansar!”, disse ele quando me viu ligando o computador no meio da rodoviária. Expliquei que estava terminando um trabalho que não podia deixar para amanhã, e ele, com lágrimas nos olhos me contou a triste história. Disse que a filha era como eu, que na busca de ser feliz no emprego, era vidrada no que fazia, e acabava deixando a vida pessoal para viver pelo trabalho. “Acho que o trabalho ajudou ela a ficar doente. Ah se eu voltasse no tempo, teria pedido mais para ela relaxar”.
Em busca pela felicidade tento encontrar meu caminho. Confesso que ainda não achei, que ainda procuro e continuo até chegar ao ponto final, mas essa conversa, em rodoviária diante de um dia que até então estava cheio e bagunçado me fez parar. Parar para fazer o que me faz feliz, que é desabafar em uma folha em branca de papel, que é rir com algumas lembranças e o principal, em sonhar em como ainda posso ser feliz.
Esqueci o trabalho e as preocupações por 10 minutos, e confesso outra vez, que feliz que fiquei. Deixa o mundo agir como tem que ser, que um dia ele se ajeita para mim e me traz de volta o paraíso que sempre sonhei. Enquanto isso não chega, vem sorriso, vem pra perto de mim que eu preciso de você para ser feliz!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

em casa

Quando embarquei outra vez no ônibus que por quatro anos foi o berço de lágrimas e sorrisos, jamais imaginei que aquele princesa voltaria a me entregar ao passado tão gostoso de lembrar.
Quando embarquei talvez tenha passado muita coisa na minha cabeça, a paisagem era outra, completamente diferente, mas a sensação, ah, a velha sensação de bater mais forte o coração ainda continuava igual.
Quando cheguei, meu coração se enxeu de luz, de alegria, de vivacidade que desde que sai do meu paraíso gelado, não sentia.Foi como se eu estivesse outra vez 'em casa'. É sim, foi essa a sensação, o sentimento de estar no meu velho lar. Acho q não sentirei a mesma coisa ao desembarcar na cidade que tem cheiro de chocolate, mas senti fortemente naquela que tem gosto de saudade.
Em casa. Foi como voltar para casa. É sempre como estar de volta ao lugar que me fez quem eu sou, que me deu o que tenho e que sorte ou não, ainda posso voltar, e voltar, e voltar.
As vezes tenho vontade de voltar para sempre. As vezes, essa vontade se intensifica muito fortemente, daquelas que tenho vontade de sair correndo, esbravejar na frente do ônibus e só parar lá, na calmaria do meu doce lar.
Me da um aperto, daqueles de enxer os olhos d'água quando lembro de tudo, quando alguém me chama para voltar, quando a vontade supera a felicidade do agora.
O medo ainda não me fez largar o mundo e parar, e pensar e reativar velhos planos. É dificl entender porque a paz que aquele vento que corta traz ao meu coração. É complicado entender porque só de estar lá fica tudo bem, é estranho, afinal, querer voltar.
Arrepio o braço no desejo. Arrepio o coração de tantas lembranças boas que tenho desse lugar que todo mundo reclaama, e eu, longe dele, só tenho motivos para elogiar. Um final de semana como esse, talvez me reanime a pensar diferente, talvez me de forças para continuar lutando pelos meus sonhos, que construi, justamente em casa.
Meu pedaço do céu fica tão longe do meu atual paraíso que se fossem cidades vizinhas eu ia finalmente sorrir. e sorrir pra valer.

ao som de TM...."volto atrás se você voltar assim como eu".

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Chuvim


Se o senhor que fica parado no ponto de ônibus que passo todo dia fosse escrever uma crônica sobre minhas passagens diárias por ali, certamente a de hoje ganharia destaque. Enquanto ele estava sentadim, protegido da forte chuva que caia no doce Vale que me abriga, observava os pingos caindo, debruçado no velho 'paieiro' que deixa um cheiro forte por toda a quadra, eu passava em disparada. Mas a história toda começou há umas quatro quadras dali, quando a chuva começara a cair e eu, sem guarda-chuvas, só senti as gotas finas molharem meu cabelo. a sensação não estava boa, confesso, aquilo estava me deixando com frio e com muita vontade de chorar, talvez de raiva, ou de cansaço, quem sabe ainda de medo dos próximos passos.

Segui ao som de buzinhas que riam da 'menina' sendo aos poucos molhada por inteiro. Quando cheguei perto do ponto, então, resolvi correr, correr como há muito tempo não corria, em disparada, como fazia quando criança. Sorri, e sorri sem parar. Corri até a garganta secar de cansaço, e foi quando comecei a andar e ao olhar para o céu, com os pingos mais fortes caindo, abri a boca, estiquei a lingua e voltei a sentir o sabor da chuva, e ai então, cai na gargalhada. Foi como reviver uma infância que me fazia muito bem...Como se fosse obra divina, os pingos caiam mais forte, e já estavam se transformando em pequenas pedras, a gargalhada saiu alta na rua que não passava ninguém, exceto os carros. Tirei os sapatos, e corri ainda mais, com a boca voltada ao céu, o coração liberando uma sensação maravilhosa de liberdade e um riso que, sinceramente, fazia tempo que não saía.Enxarcada, ainda consegui pular em algumas poças d'água antes de chegar em casa. Rindo, sem parar, fui para o chuveiro, e aquela água quente então encheu meu coração de saudade. Continuei a cantarolar besteirolas, sonhar velhos desejos, e agora estou cá, de alma lavada, coraçao leve e sensação de que tudo de ruim ficou ali fora, junto com as outras gotas que rolaram pelo asfalto"

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Apaixonar-se

Uma conversa de almoço, em lugar cheio, que mal se escuta o que o vizinho comenta, dessa vez me deixou pensativa o resto do dia, e agora, noite também. Afinal, apaixonar-se é bom ou ruim?
Na conversa, determinamos que é maravilhoso, até a decepção chegar e as coisas só melhorarem com uma nova paixão.
Na conversa também determinamos que paixão não é amor, e que mesmo assim, a sensação de se estar completamente embobadamente apaixonado é muitas vezes, melhor que amor.
Concluimos, em doze minutos, que paixão aquece o coração e que ninguém vive sem estar apaixonado, seja por fulano ou ciclano, seja por comida ou vida profissional.
Concluimos que sou apaixonada, vivo apaixonada, morro apaixonada por novas paixões. Fechei os olhos, imaginei,idealizei,sonhei. Abri os mesmo, vi uma explicação, vi uma acor azul que eu queria mais, e deu uma saudade na ponta da língua que chegou ao estomago e arrepiou o coração, que disparado sorriu, depois de muito tempo.
E que assim seja, paixão. Se fores boa, fique, se fores ruim, vá embora, e volte só quaando for para ser melhor, e melhor, e melhor.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Maluquices. Idiotices.

Era um dia de sol. E porque não mais um dia de sol. Era um dia de sol como tantos outros já foram. Talvez, se o sol não estivesse ali, não teria sido tão bonito, tão cheio de cor. Quando a lua ganhou seu lugar fez nascer um sorriso ainda maior, que cheio de charme lembrou algo do passado, que mesmo de longe, ainda fazia o coração brilhar mais forte. Aquela lua que escondida brotou e arrepiou lado direito e depois esquerdo, que no piscar de olhos achou outro motivo para sorrir.

Depois de vários sonhos sonhados rolados em uma cama que já não lembra mais nomes ou sobrenomes, depois de chorar lágrimas de saudade, de desespero, de alguma coisa a mais que um sorriso, talvez esse novo sol, que nasce todos os dias, e logo em seguida traz a lua, traga a esse coração cheio rabiscos, uma nova música, que mude de tom, mas não de nota, que vire uma nota a mais, talvez par, talvez ímpar.

Se por um acaso, a lua de todas as quartas-feiras trouxer a paz de espírito que quis ter nas outras, talvez tudo volte ao seu lugar. Talvez o sorriso manhoso, de olhos fechados, de pequenos ladrilhos que fazem o caminho diário, encontre um novo querer. Talvez. Talvez sim, talvez não. Talvez quem sabe, porque não. Talvez ele já tenha encontrado e tudo isso volte ao passado, volte ao recomeço, volte ao primeiro encontro, ao primeiro olhar, ao primeiro não que levou ao primeiro sim. E talvez, porque não, ao primeiro sorriso verdadeiro.

E a lua e o sol, juntos, poderiam, por um acaso, ficar juntos em dois segundos de eclipse, que durante um dia de sol, ou de luar, completem alma e coração como um completo que durou um ano e agora, apesar dos sonhos morrerem entre os dedos, proporcionam a felicidade de poucos instantes, seja na casa da lua ou do sol. Talvez quem sabe, talvez um dia, talvez no sol ou na lua.

domingo, 29 de agosto de 2010

é estranho, afinal.
é diferente, então.
e o que era pra sempre foi-se embora como qualquer outra coisa, nesse vai e vem de tantas outras.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lucas


Lucas Raduenz, seis anos, acorda todos os dias de manhã cedinho, veste o uniforme e na carona no carro com a mãe, vai até a escola. Como todo aluno, prefere muito mais a diversão de brincar com bolas que as aulas teóricas. Ao meio dia retorna para casa, e segue com atividades complementares todas as tardes, desenvolvendo suas habilidades motoras, intelectuais e sociológicas.

Kate Regina Bruch Raduenz se reveza entre cuidar da casa e do pequeno filho. De manhã o leva para a escola, à tarde para as atividades ocupacionais. Sempre sorridente, é admirada pela maioria das outras mães sempre que chega ao colégio, afinal, há tantos motivos assim, na vida de qualquer pessoa, para sorrir? Segundo Kate, sim. E são vários.

Quando Lucas nasceu, há seis anos, veio de uma gravidez altamente planejada. “Desejávamos muito a criança. O primeiro presente que o pai dele deu, foi um sapatinho do Flamengo, já imaginando os primeiros chutes, lá pelos dois anos”.

Bom, aos quatro meses, a notícia que mudaria tudo então chegou. Lucas teria algum tipo de limitação, que seria descoberta quase um ano depois, quando o mesmo já tinha um ano e alguns meses. A Síndrome de Arnold Chiari (tipo 01) só apareceu depois de uma tomografia computadorizada, mas nada que impedisse o menino de ter uma vida como a dos demais da mesma idade que ele.

“Sabemos das limitações, mas desde pequeno ele é acompanhado por profissionais que estimulam o desenvolvimento dele”. Hoje, como todas as crianças consideradas ‘normais’, Lucas frequenta uma escola regular da cidade, à tarde, no contra turno, diferente dos que jogam bola, fazem aulas de inglês ou outras atividades, ele vai a APAE de Pomerode receber atenção mais especial do que a recebida na escola, através de profissionais qualificados, prontos para atender todas as necessidades do garoto.

Sem lágrimas ou lamentações, Kate admira cada pequena vitória de Lucas, “desde o primeiro passo que ele deu, no dia 16 de janeiro, até o dia em que ele conseguir falar, são os pequenos gestos que lá em casa comemoramos muito. Na escada, por exemplo, eu fico em baixo e o pai do Lucas em cima, estimulando para que cada degrau que ele suba, seja uma conquista, assim como vai ser na vida dele”.

A primeira bola que Lucas chutou com o pai não foi aos dois anos, como o desejado. Mas, assim como todas as crianças como ele, que têm limitações visíveis aos olhos, (muitas vezes pré-conceituosos) demorem um pouco mais para realizarem velhos sonhos. O pequeno já bate bola com o pai, e bate bola desde seus quatro anos. “Quer ver o Lucas feliz é dar uma bola para ele, e não importa se são baratas ou caras. O que importa na verdade é a bola, não a marca, não o valor do presente”.

O sorriso no olhar de Lucas foi visível no momento em que encontrou a mãe na sala em que a conversa acontecia. Foi como se enfim, encontrasse novamente seu porto. “Ele adora vim para cá, fica ansioso. Mas quando vê o carro na hora em que venho para busca-lo, ele já vem comigo. Se tenho que acertar alguma coisa na secretaria, já peço para as professoras não deixarem ele me ver, porque se me enxerga, já quer vim comigo”. Kate também contou que quando chega à sua casa, a espera continua dessa vez pelo pai. “Quando escuta o barulho do carro, já olha e solta: ‘papai’, é emocionante!”.

Talvez nos primeiros dias, após a descoberta da síndrome a mãe pensasse como seria se Lucas fosse uma criança sem limitações. “Há cinco anos, sim, hoje não. Ele me trás muito mais felicidade do que talvez uma criança normal me trouxesse. Para nós, tudo é motivo de comemoração. Um sorriso, um abraço, um carinho dele é motivo de festa na família. Teríamos condições de dar tudo a uma criança normal, mas temos condições de dar a uma especial como é o Lucas, e pode ser que ele tenha chegado em nossas vidas para mudar a nossa. Sempre me perguntava o ‘porquê’, hoje, a pergunta que gosto de pensar é ‘pra que’, e as respostas são muitas, guardadas comigo ou contadas por aí”.

Ser feliz para deixar Lucas feliz é a regra da casa. Guardar muitas tristezas, até na hora da doença ou dificuldades diárias esconder o mau humor e revertê-lo com um sorriso de boca a boca é a solução que muitos deveriam adotar para a rotina.

“As mães me perguntam como consigo ser sempre tão feliz com ele. Algumas até falam: ‘você sempre está sorrindo quando vem com o Luquinhas nos braços’. Diferente delas, eu vibro com todas as conquistas dele, não apenas com o dez no boletim, eu aprendi a comemorar quando ele bate palmas, quando da um passo. Não preciso presentear ele com brinquedos de R$500 reais para mostrar o quanto gosto dele, e tento passar isso para elas”.

A vida deles não é como a de todos, tem limitações, mas nos finais de semana, durante os momentos de lazer, Lucas joga bola, sai passear, sobe até em árvore “coloco ele nos meus braços e subimos junto na jabuticabeira”.

O sonho do pai de bater bola com o filhão, também não saiu de cena. Lucas é completamente apaixonado por isso e a realização de um pai, ao torcer com o filho vendo um jogo de futebol, do time que passou de geração para geração, é igual em qualquer família, até na de Lucas. Na escola, o garoto tem aulas de alemão, robótica, português, como qualquer outra criança. Calmo, não revida brigas, e não suporta a ideia de discussões. Carinhoso, ganha cafuné de todos que estão ao seu redor. Suas limitações podem até ser aparentes, mas o sorriso que sempre estampa seu rosto é impagável, indescritível, inenarrável.

“A neurologista sempre fala: Kate, o que você achar normal? Alguém saber falar, andar, correr. Alguém não saber memorizar verbos, não aprender matemática, ter limitações. Afinal, o que é normal?”. Afinal leitor, o que é normal?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Seu Chico. Dona Maria


História real, embalada com um pequeno ‘dacim’ de fantasia.

As velhas paredes não eram apenas quatro, talvez fossem dez ou onze. De janelas a casa estava cheia, e as duas alas separavam não raças, nem cores, muito menos ideologias, separavam apenas homens de mulheres. Dona Maria, vestido florido, amigas ao redor, sempre sonhara em outro tipo de vestido, o velho rendado, laçado com fita de cetim, trançado com pequenos bordados feitos a mão. O maior sonho foi morrendo no mesmo tempo em que as rugas apareciam com mais frequência. Seu Chico, barba feita, camisa xadrez sempre por dentro da calça social, bem passada, feito homem de boa índole, de bom caráter, de criação familiar decente. Seu Chico, Dona Maria, divididos por uma cortina que lembrava uma velha saia que Maria mesmo costurou na infância. Da janela do quarto, certo dia então Chico resolveu ver a vida passar. A vida passou anos do mesmo ângulo. As roupas não estavam mais passadas nem a gola engomada. Já Maria, depois de viver para os outros, acabou sozinha, passeando pelo quintal, vendo as flores nascerem na primavera e morrerem no outono, diante das primeiras geadas que antecedem o inverno. Da mesma janela, feito criança, ele se apaixonou pela donzela que trafegava de vestido florido, comprido até o pé, passeando no meio do jardim, olhando com sorriso de canto de boca as flores que nasciam ainda timidamente. Ela, de olhar quase sorrindo viu o amor dos sonhos chegar naquele bom dia animado, que demorara mais de um ano para acontecer.
Um ano demorou para que o vestido fitado virasse realidade. E virou em uma festa que alegrou o coração dos vizinhos, que presenciaram juntos, ao pé do altar, o primeiro beijo dos pombinhos loucamente apaixonados, um pelo sorriso, a outra pelo olhar. A festa durou a tarde toda, e no fim da noite, na noite de núpcias, o sonho do primeiro casamento era a calmaria que trouxe a lua cair mais bonita. O sonho era de ambos, o primeiro casamento também.

A verdadeira história é de um casal idoso que se encontrou em um asilo local. Ela e ele, oriundos do sonho do casamento eterno, nunca (até então) chegaram ao altar e abandonados por todos os outros, acabaram na casa separada por alas. Ele não tinha uma perna, vitima de acidente, e esperava na janela porque não podia passear no jardim, a vergonha não deixava. Apaixonados, realizaram o sonho juntos, e ao altar subiram há algum tempo. Sabe-se lá porque, mas essa é uma história que me lembrou uma antiga canção, e que de uma hora para a outra, me fez refletir sobre o amor, e sobre o poder dele na nossa vida. Quem dera eu encontre um Chico pra mim, e que ele seja tão eterno quanto as lembranças dele no meu coração.

“Eu encontrei, quando não quis, mais procurar, o meu amor.... E até quem me vê, lendo o jornal, ou , na fila do pão, sabe que eu te encontrei e ninguém dirá QUE É TARDE DEMAIS”. (Último Romance- Los Hermanos)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Plágio"

Li essa crônica hoje cedo, e simplismente adorei!
Créditos para Maurício Amaral, autor do texto...

Zero Hora convidou os integrantes do programa Pretinho Básico, da Rede Atlântida, para contar qual a imagem que eles têm do frio. Pode ser uma lembrança de infância, um filme, um livro, um período de férias. Até o próximo domingo, durante a última semana de férias de inverno, eles vão esquentar este espaço com suas impressões. O terceiro da série é o Maurício Amaral: Eo frio hein?! – Amor, a nossa relação esfriou! – Bah, o cara só me mete em fria. – Essa notas são frias, não valem nada. – Paulinho, come logo antes que a comida esfrie! – Não vai lá que é fria. – Sei lá, ela me tratou de um jeito frio… – O assassino era frio e calculista. Inconscientemente somos levados a crer que frio significa coisas negativas. Até as temperaturas no inverno são negativas. (dããã) Ok, vou procurar evitar as piadinhas infâmes aqui em Zero Hora… Mas o frio pode ser bom. O brabo é provar isso. Somos dois ou três Estados atingidos por frio de verdade, contra toda uma nação tropical que nunca ouviu falar em luva, touca e cachecol! Frio é ausência de calor. Mas peraí, o calor não pode ser a ausência de frio? Não, diriam os físicos. Inclusive para a Física, o frio não existe! Não existe uma definição de frio, assim como existe uma definição para calor. O frio é uma sensação. Viu só, o frio é psicológico! Por falar em sensação, tô começando a me irritar com esse papo de sensação térmica. Agora é moda falar que a temperatura é de 13 graus, mas a sensação térmica é de menos 40! Ora, por favor, se é uma sensação, não pode ser generalizada. Cada um sente de uma maneira. Em um casal por exemplo, sempre tem aquele que sente mais frio, que dorme de calça, meia, blusa, casaco, luva e touca, e o homem, que no máximo bota uma camiseta pra dormir, de preferência aquela das eleições de 1982, muito confortável. A sensação térmica é uma percepção e, sendo uma percepção, ela possui diferentes considerações. Um baiano vai ter uma maior sensação de frio nos dois ou três dias que ele passa em Gramado do que o gaúcho que já está acostumado com o frio a Serra! Então, por favor amigos da previsão do tempo, facilitem as nossas vidas e nos passem apenas a temperatura que o termômetro mostra. Se tá 13 graus, digam município tal, temperatura 13 graus neste momento, e deixe que cada um tenha a sua sensação térmica. Sensação térmica é que nem…, que nem…, que nem…, que nem buuuuuchecha, cada um tem a sua. Inverno é bom pra se vestir bem, caprichar naquele casacão de lã, comprado em 10 vezes no carnê, que só vai terminar de pagar em fevereiro do ano que vem, quando os termômetros vão estar na casa dos 40 graus e o casaco vai estar lá no fundo do armário pegando aquele cheirinho bom… Bom para sair em dia de chuva e parecer um lutador de esgrima com o guarda-chuva tentando não se molhar por causa da chuva que vem em 300 direções por causa do vento! Sem contar os sem-noção que insistem em dar com a ponta do guarda-chuva bem na tua testa… Inverno é bom pra queimar a língua com aquele chocolate quente que a gente toma num gole só. Ou quase vomitar com aquele café frio que a térmica insiste em não conservar quente… É bom para estreitar amizade com os atendentes de farmácia. Sim, já que você vai dar uma passadinha lá, dia sim, dia não, para comprar medicamentos contra gripes, resfriados… Inverno é bom sim, deixa de ser ranzinza! mauricio.amaral@rbsradio.com.br MAURÍCIO AMARAL

domingo, 25 de julho de 2010

Desentoando

Cadê o brilho no seu olhar.
Eu vi ontem cedo.

Era ainda tarde quando tocou outra vez.
Foi longe demais aquele beijo.

Deu uma trégua pra saudade.
Conturbações fazem mal ao pensamento.

Tirou o que restava.
Caiu aos prantos.

Tive a impressão de estar certo.
Conteve seu sorriso mais perverso.

Lamentou a saudade.
Viu a sobra do que não tinha partir antes mesmo da chegada.

Conteve seu olhar.
Acho que vi seu desespero.

Permita-me entrar na conversa.
Saiu sem dizer meu adeus.

Permita-me sair da conversa.
Entrou sem pedir por favor.


Foram algumas noites mal dormidas... Foi o dia da saudade que me trouxe até aqui... Foi quando cansei disso tudo, trouxe de volta e insisto em coibir a verdade. É fato, estou ficando maluca, sem jeito e com o coração duro. É fato, e se é fato não se discute. Se não se discute, boa sorte pro destino, que ele passe bem longe da pacata vidinha que levo no paraíso escondido perto do mar, longe do peito, amarrado à razão. Sorte do acaso, que sobrou pra ele toda responsabilidade dos meus atos. É fato, e se é fato não se discute...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um dia em alemão

E lá fui eu para a minha primeira matéria tipicamente jornalística de interior. O aniversário de 90 anos de uma velhinha de sorriso simpático, mas que nem no nome facilitou minha vida. “Schwester Anita” como é conhecida, há 90 anos faz parte da história do hospital de Pomerode. Já tinham me contado dela, e a breve apresentação nem chegou perto da homenagem que ela recebeu. Mais de 100 pessoas a parabenizaram em uma ‘simples’ festinha, só para os mais íntimos, nas dependências do hospital, onde a schwester mora até hoje. Estava tudo normal, até o pastor começar a conversar – em alemão – com os presentes. A preparação da surpresa, confesso, não entendi bulhufas. Mas segui em direção a sala onde a aniversariante nem imaginava o que a esperava. No caminho, sem entender nada ainda, ouvi algumas conversas e minha cara devia parecer com algo do estilo: ÃN? Os parabéns foram em alemão. As conversas em alemão. As respostas em alemão. E na hora da entrevista, la vai a menos alemã da cidade mais alemã do país. Entre palavras que me soavam totalmente estranho, entendi algumas linhas da senhora que já mistura os dois idiomas, porque aqui, aqui pode. A matéria no fim deu certo, a lição, diga sempre algo como IÁ ao fim da conversa ou da ligação. Se quiser ser entendida, já chegue ao local falando: eu não falo alemão. Eu pareço um estrangeiro dentro do país, mas isso me agrada, é divertido aprender, é engraçado não entender. Indo para casa, um frentista mencionou algo em alemão. Ainda estou na dúvida se foi uma cantada ou uma birra comigo, mas um dia eu aprendo... e um dia eu me desapaixono por esse lugar, que tem cara de casa de boneca, cheiro de liberdade e um gostinho de ‘quero ainda mais’

.

domingo, 13 de junho de 2010

Planejamento estratégico

Fui acostumada assim. Antes de deitar eu já sei que roupa vou usar na manhã seguinte. A culpa do meu estilo diário nasce no humor da noite anterior. Com o resto da vida, segue o cardápio, ou pelo menos, tenta-se. O planejamento diário só não faz parte da essência da personalidade 'a la Renatinha':"relaxa, tudo vai dar certo", de resto, tudo passa por uma estratégia cuidadosamente elaborada durante os picos de autismo que tenho. Exemplo? É assim, falou comigo e eu não respondi, espere 8 segundos, o pico autista irá sucumbir e eu irei olhar para você e falar: ãn? Não entendi! Durante os 8 segundos, pode apostar, planejei as próximas 8 horas, quem sabe 8 dias, quem sabe 8 meses ou anos. Acordar, tomar banho, pensar 8 segundos no café da manhã, me arrumar, tomar o café da manhã que, durate 8 segundos de silêncio estarei pensando no almoço, farei qualquer coisa nas 4 horas que seguem, normalmente planejadas na noite aterior... Almoço e os 8 segundos utilizo para imaginar a janta, e após a janta e seus 8 segundos, vou pensar no resto do dia seguinte. Não é loucura, é questão de planejamento. Acordo com algumas ideias brilhantes, acordo com ideias frustradas e cheias de idiotices. O dia e seus vários 8 segundos servem para que eu junte todas elas e tente montar meu plano de vida. Estratégia altamente calculada e que de vez em quando não funcionam. [Pensei 16 segundos para admitir isso] Minha estratégia inicial de vida começou lá pelos 13, passou pelos 15 e quando chegou aos 16 mudou completamente. Depois, aos 17 eu estrategicamente bolei um plano ( o melhor até hoje), mas desisti dele no meio do caminho, aos 21, quase desesperada, montei uma estratégia irrecusável, e o acaso/destino destruiram o plano perfeito. Na falta de um plano B, perdi o rumo, o planejamento e algo mais. Apelei pra santo, mandinga, reza braba e até promessa. Hoje apelei pela última vez. Se dessa vez não funcionar, vou começar o planejamento do começo, como se faz em uma grande empresa, terminam os problemas, começam as soluções. E se não funcionar outra vez, terei mais uns dias de débito em conta corrente, valorizando o prejuízo final. Boa sorte pras 15 novas páginas escritas em mais de 8 segundos, mas somadas de vários oitos dessa semana.

"Hey moon, please forget to fall down.
Hey moon, don't you go down.
You are at the top of my lungs.
Drawn to the ones who never yawn"

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Na virada das cartas

Era uma terça feira bem simples... Um friozinho batia com o vento, que não é mais tão gelado como outrora, e por isso não corte como antigamente, o solzinho da tarde ainda conseguia esquentar um pouco a alma, o corpo e quase nada o coração, mas isso nem vem ao caso...
Foi nessa circunstancia que resolvemos pegar o carro e rir um pouco mais que o costume. Chegar na casa, que fica a esquerda do posto, subindo na terceira rua após passar a ponte, indo até uma rua com final, a terceira casa do alto do morro para baixo. Muro da altura da cintura, grade ao alcance dos olhos, a casa vermelha, de degraus altos que levavam para cima e para baixo. Em baixo, como nas normais casas de madeira, um grande porão que ao entender parecia ser sem ventilação e/ou iluminação. Cá chegamos, lá subimos e logo na subida gritamos:

"é a senhora quem le as cartas?"
"Sou sim, podem ir subindo..."

Com um medo de arrepender-me no meio dos degraus, subi ao entorno de gatos, um corrimão enferrujado e uma garagem suspensa. Ao entrar, um odor forte de madeira, forte de vela e intenso de falta de coragem. Sentamos no sofá que era coberto com um pano vermelho, acho que para evitar os arranhões dos bixanos... Frente a uma tv que insistia em nao funcionar, e a velha mulher ali insistia em tentar a fazer-la funcionar... Demorou até sintonizar a velha Fm mais conhecida da região e ela adentrar ao puxadinho separado da sala por uma cortina 'sem cor'. Uma porta vermelha separava o escritório do resto da casa, e confesso, a porta vermelha me deixou ainda mais reciosa. Comecei a rir da situaçao e ri ainda mais quado chegou a minha vez. Uma bola de cristal, uma Nossa Senhora de Fátima e alguns terços, imagens cristãs e na estantezinha, plantas que nao descobri se eram verdadeiras ou falsas.

"corte 7 vezes o baralho"

Ele era velho, com as pontas caidas e quase sem cor. O vermelho desbotado do verso também se refletia nas folhas reais. Era um mago verde, umas espadas, algumas flores, a morte, a fortuna e um homem.
"Tem namorado?"
"Não que eu saiba"
"Mas gosta de alguém né?"
"Ah, a gente sempre gosta né!"

um minuto de silëncio quebrado por um: Ahh! É ele!
no meu: humm... Náo entendi, ela madou eu virar mais 3 cartas, e como se estivesse 'escrito' ela murmurou: É ele mesmo, é o homem da sua vida!
Cabeça confusa, ela tentou me convencer que seria ele meu futuro marido, pai dos meus filhos, dono do forte ciume pelo excesso de homens ao meu redor. Meu emprego? Ah, o melhor do mundo, onde eu ganharei rios de dinheiro com facilidae e com amor maior que tudo. O lugar? Uma cidadezinha no interior, menor que outras que considero pequenas, e que eu só chegaria mais longe com o apoio dos meus amigos.
Não quis pergutnar nada, é fato que achei tudo aquilo uma graça e uma experiencia feita pra eu rir. Confesso também, que muito do que ela falou ficou palpitando no meu cerebro, mas nao por muito tempo. O emprego imediato nao chegou. O amor da minha vida se tornou apenas lembrança, e, o homem que eu deveria esquecer, aparece cada vez mais no meu dia a dia. Os amigos de sempre estao ainda longe. Fato mesmo é qeu voltei pra cidade pequena, que vou começar a lidar com livros de novo, e, qe o jornalismo é uma paixão, mas que ele vai me levar pra outro lado.
Dado os 15 reais, fui embora e desde entao quis desafogar a lembrança daquela velha senhora, de cabelos pretos bem curtos, unha do dedao preta, a ponto de cair, roupa simples, com aparencia de velhas, sapatos de dentro de casa, e mistério quase que descoberto pelo seu sorriso, que ao enganar as senhoritas, ainda assim parecia ser sincero.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Até o correio...

Acho q já faz um mês que ando pela cidadezinha onde cresci, onde passei os dias mais felizes da infância, e onde possivelmente quero passar os invernos da velhice... Mas foi em uma ida ao correio q de ca até lá, e de lá até cá parei pra pensar em como tudo acontece por aqui... e como acontece!

Sai perto das 10 da velha farmácia, e já na porta começou o festival de 'olás'. Bom dia dona Cere, e a neta? Oi seu pedrão, mais uma abóbora? desse jeito vou parar onde?... e não parou na porta, fui nos bons dias, olás, como vai até chegar na escola em que estudei, e ali olhei para dentro, cheio de 'pirralhos' se esbofetando e lembrei de como dei trabalho para as 'tias' da esfa... Ainda de alguns aniversários na cantina, q ficava em baixo da escada, parecida com um porão, que dava para um campo verde (q na epoca eu pensava ser gigantesco, quase sem fim) onde brincavamos de pega pega e futebol. Atravessei a rua e passei pela igreja sempre imponente, que marcava ainda o horário certinho, e era apenas dez e uns quebradinhos... Andei um pouco mais e logo o correio me aguardava. Comecei a pensar que há uns 7 anos eu achava a distancia do correio até a minha casa uma eternidade, era sim um dos lugares mais longes q eu podia (e nunca queria) ir...

A volta mudei o trajeto a fim de lembrar um pouco mais... Passei pelo outro antigo colégio, que agora é um restaurante, e deste lembrei da velha lareira que aquecia o Jardim I e jardim II nas tardes mais frias... Ainda ri ao reviver o último dia ali, onde a gangorra do colégio eu quebrara sem querer. Ao mesmo tempo entristeci, porque foi ali q perdi a primeira grande amiga. "Ela foi fazer companhia pra mamãe dela la no céu", acho q a tia Ju que me contava quando perguntavamos porque ela não tinha ido a escola.. e de lá saimos junto até a Igreja, ainda sem entender que o céu era um nunca mais eterno. Andei mais um pouco, vi mais vários rostos conhecidos e comecei então a desejar que no futuro eu pudesse voltar, criar meus filhos na pacata cidadezim que me criou. Desejei intensamente que eles vivessem daquele universo que eu cresci, das aulas na velha esfa, da imensidão de amigos divertidos que encontram-se sabados a tarde para relembrar o passado, do céu que aqui parece ser mais azul que em qualquer outro lugar, e da velha calmaria que é o nascer e pôr do dia.

O ventinho que bate no rosto, que traz o teclado em baixo da janela, e os sonhos todos transbordando por esse velho novo quarto, e ao fechar os olhos, sonhar que aqui vai permanecer pra sempre igual, até o dia de voltar, até o dia de chegar de braços abertos e com a saudade mais deliciosa de sentir. É mais um até logo ao mundo que eu sonhei no papel antes de nascer, e que aqui fiz a tinta virar cor, pintada com lágrimas e sorrisos, hoje muito mais sinceros que nunca antes. A partida nem sempre é um adeus, pode ser apenas mais um até logo.. e que assim seja! Vida real, aqui vamos nós!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

dia do im

Quero abraçar o mundo inteiro, e quero chegar mais longe q eu imaginei, e quero ainda mais, quero olhar pra tras e nao me arrepender de nada, quero, quero e quero. Se não fosse essa dúvida no coração, tudo ficaria mais fácil.. É certo que decisões requerem um certo tempo pra pensar, pra serem decididas, mas nao queria deciidir ainda, ainda mais que nao sei pelo que decidir. E agora, coraçao, razao, emoçao?
EEEEEi destino, da uma tregua e deixa as coisas mais fáceis, please?!


coraçaozim. saudadezim. apertozim. maezim. sonim. gatim.
meus diminutivos guarapuavanos invadem a vida lourenciana... acho q tenho que parar com esses imzim. ou não!?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um encanto

Como olhar para as estrelas no meio de uma ligação de fazer bater mais forte o coração...
Ou ainda como sentir o vento refrescar no dia mais quente do ano...
Quem sabe a mesma sensação de deitar sob o som da música mais bonita pra lembrar...
E até mesmo a reciprocidade de um poema bem escrito...

Olhar e ver a lua cheia sob a cidade mais doce que chocolate parece ainda ter esse jeito, e o que digo ao redor desse mundinho cheio de cor que crio todos os dias aqui, fica comigo no coração... Talvez voltar por um tempo acalme o coração, talvez ajude a esquecer o que o coraçao quer lembrar, e talvez maior ainda, faça ele bater mais compassado ao ritmo dessa calmaria de noite estrelada.!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Simples

É como uma receita de bolo, guardada cheia de farinha na gaveta da pia da cozinha, escrito torto e corrido, quase ilegível. Ao mesmo tempo, aqueles borrões que de tanto passar o dedo em cima para verificar quantidade e produto chegam a ficar mais claros, quase da cor amarelada do papel. Ai, quando já nos cansamos daquilo tudo, resolvemos passar o caderno a limpo... e quantas vezes isso começa e recomeça e nunca chega ao fim.. o velho caderno de reeceitas ainda continua sendo usado, e continua até as folhas se perderem e as receitas ficarem esquecidas. Quando finalmente passamos ao novo, ele ja está com a aparência do antigo, e já é tarde demais pra começar outra vez. O bolo fica esquecido já que seu código se perdeu no tempo, e o caderno, que além do bolo ainda tinha tantas outras histórias pra contar, acaba no desgaste da satisfação. Acaba no desgaste da satisfação. Acaba!

Acabou como uma velha receita de bolo da vovó, que de tão gostoso se fez tantas vezes, se tentou tantas vezes e por fim, apagou-se no tempo com aquela lembrança do gostinho na ponta da língua, que só de pensar da água na boca.

e não é simples então?

sábado, 9 de janeiro de 2010

Queria que algum dia essa paixão que eu senti por viver voltasse. Texto de alguns meses atras, que faz ao mesmo tempo doer, e alegrar o coração. Um agradecimento especial, um beijo de saudade e um até mais ao desejo incontrolável de ser feliz!

Eu não sei explicar o que é ver ele chegar de longe, a sensação que ainda é atender ao telefone quando é o nome dele que aparece na tela, não que eu não tenha me apaixonado antes, mas paixões na minha vida também foram meio passageiras, estranhas, a vontade sempre acabava no fim, mas, surpreendentemente a vontade aumenta todos os dias, não fico bem ao não ver o meu sorriso mais sincero, não fico tranqüila se não vejo o olhar mais charmoso, não descanso se não tenho um abraço cheio de saudade bem apertado todos os dias. É um vicio que realmente não consigo explicar, nem com palavras, que me ajudam sempre a desafogar o coração... Intensidade do momento ou não, os últimos meses da minha pacata vidinha mudaram de tom. Nas conversas batidas e depois da maior mensagem que um celular já recebeu, nós dois resolvemos acreditar um no outro e seguir mais em frente, e é isso que eu ando querendo pra mim... Que nossos beijos e abraços façam parte da rotina diária, que em público ainda possamos insistir em socos e pontapés, que nos encontros de longe às piscadas e caretas nos façam sorrir, que no mais profundo silêncio do quarto quase escuro conversemos besteirolas e nos provoquemos até o coração bater ainda mais forte e que em todas as despedidas ainda eu possa subir nas suas costas até você achar minha pantufa suja, ou me dar várias travesseiradas até eu fazer a velha manha de sempre.
É, acho que alguma coisa aconteceu nesse meu mundinho sempre certinho e cheio de planos para a vida inteira... Você fez aparecer um sorriso que há muitos anos queria sair daqui, e um olhar tão feliz que é complicado ainda disfarçar...

E que o dia de amaanhã seja mais feliz que o de hoje.. E que os desejos de amanhã sejam mais desejosos que os de hoje, e que no mundo inteiro alguém ainda me faça tão feliz como quem me fez ontem!!!Sim, bebi demais e isso estA dificil de controlar.