terça-feira, 13 de julho de 2010

Um dia em alemão

E lá fui eu para a minha primeira matéria tipicamente jornalística de interior. O aniversário de 90 anos de uma velhinha de sorriso simpático, mas que nem no nome facilitou minha vida. “Schwester Anita” como é conhecida, há 90 anos faz parte da história do hospital de Pomerode. Já tinham me contado dela, e a breve apresentação nem chegou perto da homenagem que ela recebeu. Mais de 100 pessoas a parabenizaram em uma ‘simples’ festinha, só para os mais íntimos, nas dependências do hospital, onde a schwester mora até hoje. Estava tudo normal, até o pastor começar a conversar – em alemão – com os presentes. A preparação da surpresa, confesso, não entendi bulhufas. Mas segui em direção a sala onde a aniversariante nem imaginava o que a esperava. No caminho, sem entender nada ainda, ouvi algumas conversas e minha cara devia parecer com algo do estilo: ÃN? Os parabéns foram em alemão. As conversas em alemão. As respostas em alemão. E na hora da entrevista, la vai a menos alemã da cidade mais alemã do país. Entre palavras que me soavam totalmente estranho, entendi algumas linhas da senhora que já mistura os dois idiomas, porque aqui, aqui pode. A matéria no fim deu certo, a lição, diga sempre algo como IÁ ao fim da conversa ou da ligação. Se quiser ser entendida, já chegue ao local falando: eu não falo alemão. Eu pareço um estrangeiro dentro do país, mas isso me agrada, é divertido aprender, é engraçado não entender. Indo para casa, um frentista mencionou algo em alemão. Ainda estou na dúvida se foi uma cantada ou uma birra comigo, mas um dia eu aprendo... e um dia eu me desapaixono por esse lugar, que tem cara de casa de boneca, cheiro de liberdade e um gostinho de ‘quero ainda mais’

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